Por Luiz Felipe Adurens Cordeiro
Aristóteles (o filósofo) me conhecia. Aliás, nos conhecia a todos. Os filósofos – os filósofos de verdade – têm isto como dever e objetivo: conhecer, por meio de entes acidentados (com características acidentais), as essências das espécies. E Aristóteles sabia bem que espécie de ser é o ser humano. Vai daí que sabia bem que espécie de ser eu e você, caro leitor, seríamos. Sim, pois conhecer a essência de algo é uma excelente forma de profetizar.
O grego lançou, há mais de 2 mil anos atrás, a seguinte verdade/profecia: “O ser humano é, por natureza, um animal político”.
“Disso eu já sabia!”, pode dizer um engraçadinho, completando: “Brasília está aí e prova essa verdade!”. Apesar das piadas prontas, a coisa é séria. Muito séria. É séria apesar dos engraçadinhos. E o é apesar dos que se declaram “apolíticos”, seja no sentido de não se sentirem ligados à política (o que é uma mentira), seja no sentido de não gostarem de política (o que é limitar o termo às ações partidárias).
Mas além de animal político, Aristóteles afirma que tendemos naturalmente ao conhecimento. Concluo, portanto, que tendemos naturalmente ao conhecimento,e, dentre outras coisas, ao conhecimento da nossa comunidade, das nossas circunstâncias políticas. Prova disso? A terrível atração que sentimos pela vida alheia.
Querem saber da minha vida? Sou um animal. Um animal político. Um animal político de 29 anos, cientista social, professor de História, estudante de Filosofia e Jornalismo. Ah, claro: e o jornalista político deste Editoria Geral.