quinta-feira, 5 de maio de 2011

Eleições 2010: dinheiro, concreto, carne e sangue


Por Luiz Felipe Adurens Cordeiro

Leio reportagem no site do Estadão de ontem (04/05/11), de onde tiro as seguintes informações, afirmações, e a qual me inspira as seguintes ilações:
a) na campanha política de 2010, os 12 maiores partidos repassaram aos seus comitês mais de R$ 500 milhões de “doações ocultas”; b) “Doação oculta” significa que os candidatos e comitês não precisam informar de onde vem o dinheiro que eles estão recebendo, ou seja, não precisam dizer quem os está apoiando; c) somadas as “doações ocultas” das eleições de 2006 e 2008 obtemos o montante de R$ 320 milhões, número que expõe o crescimento das “doações ocultas” já em 2010; d) as 12 maiores legendas gastaram mais do que arrecadaram, sendo o PT o campeão de “austeridade”; e) se uma pessoa ou instituição gasta mais do que oficialmente arrecada, ou ela se endivida, ou ela tem outras fontes de arrecadação não declaradas; f) quem lidera a lista de doadores aos partidos políticos são as empresas, em especial os bancos, as construtoras e os frigoríficos; g) as eleições de 2010 foram feitas na base do dinheiro, do concreto, da carne e do sangue; h) segundo especialistas em legislação eleitoral “por mais que a Justiça tente inibir as doações ocultas, essa tarefa é impossível, porque ‘o dinheiro não é carimbado’”, e finalmente a conclusão; iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii) segundo os ilustres especialistas legais, portanto, a coisa não tem mesmo jeito mais, e nos resta apenas  “tocar um tango argentino”.          

Um comentário:

  1. Alternativa e patrioticamente, podemos tocar o "samba do crioulo doido". http://www.youtube.com/watch?v=P-5LLSWkf-A&feature=fvwrel
    Muito melhor que tango. rs.
    Belo texto, Luiz.

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