quinta-feira, 17 de março de 2011

Povo de um lado, partidos do outro

Por Luiz Felipe

                Quatro fatos:

1)      Na última edição do Globo News Painel, transmitida dia 12, o jornalista e apresentador William Waack expressou o seu estranhamento em relação a uma característica marcante da atual política brasileira: a existência maciça de políticos de “centro-esquerda” e a ausência de políticos de “direita”.

2)      No dia 14, a Folha de S. Paulo publicou duas pequenas reportagens abordando o mesmo tema: o desaparecimento da direita do cenário partidário – e eleitoral – do país.

3)      Em um dos seus discursos em 2009, o então presidente Lula comemorou, ao falar da campanha eleitoral de 2010 que se aproximava: "Pela primeira vez não vamos ter um candidato de direita na campanha. Não é fantástico isso?". Lula ainda chama os candidatos de direita de “trogloditas”.  

4)      Pesquisa feita em 2006 mostra que cidadãos brasileiros definem-se mais como de “direita” do que de “esquerda”, pois é contra o aborto, a legalização das drogas e defende maior rigorosidade contra a criminalidade (redução da maioridade penal, por exemplo).     
Uma pergunta:
Nestas circunstâncias, podemos dizer que o brasileiro tem os seus anseios e perspectivas representados pelos partidos e políticos que agora exercem o poder?
Uma resposta:
Ora, se o brasileiro defende agendas de direita e os partidos são de esquerda ou centro-esquerda, a resposta é: não (e creio que as controvérsias que o tema aborto gerou nas últimas eleições expõe isso de maneira clara)
Outras perguntas:
Esse descompasso existe em países com regimes democráticos consolidados, como EUA e Inglaterra?  Desde quando existe tal descompasso no Brasil? Por que isso aconteceu?
Um comentário:
Não por eu ser o autor das referidas, mas creio que essas são ótimas perguntas.    

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